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domingo, 4 de novembro de 2007

Dinossauros de estimação

A idéia de que as aves descendem dos dinossauros não é nova. Foi proposta por Thomas Henry Huxley, em meados do século XIX. Já na década de 70, John Ostrom, fez uma comparação entre o Archaeopteryx (considerada a primeira ave) com alguns dinossauros, e concluiu que haviam muitas semelhanças. A mais importante foi a fúrcula, pequeno osso do punho, existente nos dois fósseis, e que é necessário para bater as asas.
Ultimamente, vários dinossauros semelhantes às aves foram descobertos, como o Velociraptor (aquele do "Jurassic Park") e o Oviraptor. As semelhanças foram ficando cada vez mais evidentes, entre elas os ossos e as patas com três dedos virados para a frente.
E na década de 90, na China, foram achados fósseis que praticamente sacramentaram a ligação ave-dinossauro. Esses fósseis estavam tão bem preservados que conseguiu-se ver as asas com penas impressas nas rochas.

Algumas dessas espécies descobertas na China:

- Archaeoraptor liaoningensis: considerado o "elo perdido". Já tinha penas e a estrutura do ombro, os ossos do peito e o osso esterno são parecidos com os das aves, o que indica que ele era um ótimo voador. Mas sua cauda era incrivelmente semelhante a de alguns dinossauros terópodes;
- Sinornithosaurus millenii: Tinha braços compridos, e possuía muitas penas e os ossos do peito e ombros semelhantes aos das aves;
- Beipiaosaurus inexpectus: Com pescoço e garras compridas, foi até agora o maior dinossauro com penas já encontrado. Tinha penas duras e curtas. Não voava, mas devia usar as penas para se aquecer ao sol (provando que as penas não tiveram em todos os estágios da evolução a função de voar);
- Protarchaeopteryx robusta: Tinha penas muito simétricas, o que indica que talvez não fosse capaz de voar;
- Caudipteryx zoui: Rápido corredor veloz, com penas primitivas, ainda insuficientes para o vôo;

O interessante é que estes fósseis, além de praticamente ratificarem a teoria da ligação entre aves e dinossauros, vieram demonstrar que durante o processo de evolução, as penas tiveram funções diferentes inicialmente. Deviam servir como isolantes de calor ou para simples exibição, para fins de acasalamento. Quando as espécies foram apresentando asas maiores, aí sim puderam adquirir a função de vôo.
Essas descobertas reforçam outra hipótese: de que a presença de penas deveria ser uma característica comum entre os dinossauros terópodes, como o famoso Tyrannosaurus rex.
Com isso podemos dizer que os dinossauros não foram extintos. Apenas evoluíram a ponto de podermos ter um desses "montros" em uma gaiola...

Um comentário:

Caio de Gaia disse...

Uma correção. A fúrcula é um osso em forma de forquilha nas aves modernas que resulta da fusão das clavículas. Está situado diante do esterno.

Na verdade o arqueopterix tinha uma fúrcula, se bem que algo diferente da das aves modernas (era em forma de U, rígida e não flexível). O problema quando se diz que alguns terópodes não possuem fúrcula é que isso não quer dizer grande coisa a menos que se tenham identificado clavículas. Neste momento conhecem-se uns quantos terópodes com fúrculas, incluindo o ovirraptor.

Na questão do esterno e da fúrcula do arqueopteryx (e de outros terópodes) é melhor ter cautela com a literatura com mais de 10-12 anos. Este elementos não tinham sido identificados nos esqueletos mas foram-no desde então.

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